Os alunos da Escola Mundial estão por toda a parte. De segunda a sexta-feira, em horário nobre, na tela do SBT. Mas você pode encontrá-los em DVDs, CDs, livros, capas de telefone, de notebook, bolinhas de pular, sanduicheiras, mochilas, livros, cadernos, etc. O relançamento da novela Carrossel pelo SBT deveria servir de exemplo para a cadeia esportiva brasileira.
Afinal, o grande segredo do remake da novela infantil mexicana foi atrelar ao produto uma série de produtos oficiais que reforçam no consumidor o interesse em saber mais sobre os protagonistas e, logicamente, a consumir todo e qualquer tipo de bobagem alusiva à Escola Mundial.
Nos anos 90, quando foi ao ar pela primeira vez, Carrossel foi um grande sucesso de audiência. Pela televisão, meninos e meninas acompanhavam a professora Helena, o Jaime Palilo, a Maria Joaquina, o Cirilo e cia. Num Brasil ainda engatinhando pós-ditadura, com a recém-promovida abertura comercial, o máximo que poderíamos imaginar de consumo ligado a uma novela era isso.
Agora, cerca de 20 anos depois, Carrossel voltou não apenas às telas do país, mas num enorme projeto de exploração de marca que deveria balizar toda a indústria do esporte brasileira. No Carnaval, a fantasia de aluno da Escola Mundial dominava as matinês pelos salões de clubes ou ruas das cidades menores. Nas escolas, os cadernos com imagens dos personagens da novela do SBT são regra, assim como lápis, mochila, lancheira, etc.
Na loja oficial de Carrossel, são mais de 250 itens disponíveis para compra. Na programação do SBT, invariavelmente os meninos estão presentes para falar sobre o que fazem, o que gostam, quais os hábitos que têm fora de casa. É a cultura de formação do ídolo sendo colocada em prática todos os dias, dentro de sua casa.
O esporte no Brasil, e especialmente o futebol, melhorou bastante na área de licenciamento de marca nos últimos anos. Se, lá no início dos anos 90 o máximo que poderíamos imaginar como produto para consumo era um chaveiro ou um boné do clube, agora a gama de produtos é bem maior. Mas, ainda assim, levamos um baile do Carrossel. E olha que exposição em horário nobre na TV é o que não falta para o esporte no país.
Depois do crescimento de receitas em TV, bilheteria e patrocínio, o licenciamento é a próxima onda a ser explorada pelo futebol no país. Mercado de consumo, para isso, não falta. Da mesma forma, para os outros esportes, o meio de fidelizar torcedores e mantê-los próximos de atletas e eventos é a partir da oferta de artigos licenciados.
Se alguém quiser ter uma aula do que fazer, basta acompanhar o que Carrossel provocou no mercado infantil de licenciamento nos últimos meses. E trate de embarcar nele para levar esse dinheiro de volta para o esporte…
Fonte: UOL
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